Eletroneuromiografia. O que é e para que serve
- Clinica de Neurofisiologia Dall Alba e Barros
- 13 de ago. de 2024
- 4 min de leitura

Eletroneuromiografia. O nome, às vezes, é complicado até de falar, mas esse exame se tornou fundamental para a identificação e controle de muitas doenças neuromusculares, como Síndrome do Túnel do Carpo e esclerose lateral amiotrófica.
O que é Eletroneuromiografia?
Eletroneuromiografia é um exame realizado para avaliação diagnóstica e de prognóstico das lesões do sistema nervoso periférico. Em outras palavras, consiste em avaliar o registro da atividade funcional dos nervos e músculos. O exame é composto por duas etapas: estudo da condução nervosa sensitiva e motora e a eletromiografia.
Estudo de condução nervosa: são realizados estímulos elétricos de baixa intensidade nos nervos periféricos, sensitivos e motores. O registro das respostas destes nervos é feito por meio de eletrodos, colocados em pontos específico do trajeto do nervo e músculos a ser estudado. Como resultado, esta etapa pode provocar um desconforto semelhante a pequenas pancadas, mas que são suportáveis.
Eletromiografia: é feita a inserção de uma fina agulha descartável em alguns músculos e realizado o registro da atividade espontânea destes músculos durante o repouso. Em seguida, é realizada uma avaliação da atividade do músculo durante a contração muscular. Por outro lado, nesta etapa, não há nenhum tipo de estímulo elétrico ou injeção de nenhuma substância. Para esclarecer, o objetivo é registrar apenas a atividade do próprio músculo.
Para que serve esse exame de eletroneuromiografia?
Normalmente, a eletroneuromiografia é solicitada quando há suspeita de que alguma doença neurológica está acometendo os nervos periféricos, como doenças ligadas ao neurônio motor.
A eletroneuromiografia convencional estuda membros superiores, membros inferiores, segmento torácico e intercostal, para espinhal lombo sacral e cervical, face, língua, genitoperineal, reflexo cutâneo simpático, estudo de movimento involuntário e teste de estimulação repetitiva.
Dentre as avaliações, o estudo de tremor, registrado com eletrodos de superfície nos músculos agonistas e antagonistas em estudo, é analisado em software específico. Portanto, essa análise tem como objetivo, por exemplo, caracterizar o tremor e fornecer subsídios adicionais ao médico.
Quais doenças são detectadas?
O exame auxilia no diagnóstico e prognóstico de diversas patologias:
Neuropatias compressivas (ex.: Síndrome do túnel do carpo).
Polineuropatias periféricas (ex.: polineuropatia periferica diabética).
Dermatomiosite e polimiosite (ex.: doenças musculares de caráter inflamatório).
Doença do motoneurônio inferior (ex.: esclerose lateral amiotrófica, poliomielite).
Plexopatias (ex.: lesões dos plexos braquial, lombar e sacral);
Mononeuropatias (ex.: lesão em um único nervo, por algum trauma ou não).
Paralisias faciais (ex.: paralisia facial periférica).
Miastenia Gravis (ex.: doença da junção entre o nervo e o músculo.
Radiculopatias (ex.: afecção de alguma raiz medular, como nas hérnias de disco);
Miopatias (ex.: doenças musculares).
Existe preparo para fazer o exame?
A reposta é sim. Ou seja, existe uma série de recomendações para quem for realizar a eletroneuromiografia:
Os membros a serem estudados devem estar limpos, sem creme ou óleo corporal.
Além disso, não se deve aplicar maquiagem no rosto no dia do exame.
Os membros a serem estudados, por exemplo, devem estar aquecidos antes da realização do exame. Por exemplo: vir de meias e calçado fechado, blusa de manga cumprida e de luvas (inverno).
No exame de eletroneuromiografia genitoperineal, é preciso que haja a higiene íntima do local a ser estudado. Para esclarecer, no caso dos homens, deve-se cortar os pelos pubianos para estudo de disfunção erétil.
Nos pacientes em investigação de Miastenia Gravis, é recomendado suspender o Mestinon® no dia anterior ao exame, se permitido pelo médico assistente.
É importante levar os exames relacionados com a patologia em estudo, como ressonância magnética da coluna cervical e lombo sacral, demais exames de imagem, eletroneuromiografia anterior, exames laboratoriais, entre outros.
Existe contraindicação para fazer o eletroneuromiografia?
O estudo eletroneuromiográfico é realizado, por exemplo, com restrições em pacientes que fazem uso de anticoagulantes. Como sugestão, é preciso consultar o médico assistente sobre a possibilidade de suspender a medicação. Observa-se, no entanto, que é possível realizar o exame mesmo em vigência de anticoagulantes, lembrando sobre o risco maior de hematomas e sangramentos.
Além disso, para os pacientes em uso de Marcoumar® e Marevan® (varfarina), recomenda-se trazer exame laboratorial recente, sendo que o INR deve estar entre 2 e 3, preferencialmente menor de 2. No caso de pacientes em uso de enoxaparina, a clínica sugere a suspensão do medicamento 12 horas antes do exame.
Normalmente, não é necessário suspender o uso dos novos anticoagulantes orais (Pradaxa® e Xarelto®). E, em se tratando de pacientes em uso de antiagregante, antiplaquetários como: AAS e clopidogrel, não há contraindicação na realização do exame.
Por outro lado, nos pacientes portadores de marcapasso, desfibrilador e neuroestimuladores, recomenda-se o acompanhamento do técnico do aparelho no ato do exame. Além disso, também se orienta o agendamento de consulta com o especialista após a realização do exame, tendo em vista que o exame pode desregular o aparelho, assim como os neuroestimuladores podem interferir no exame.
Acima de tudo, a Clínica de Neurofisiologia Dall Alba e Barros dispõe de uma equipe de neurologistas com atuação em neurofisiologia clínica, buscando a excelência da análise e dos resultados. O mais importante é que cada exame é direcionado para a necessidade e suspeita diagnóstica de cada paciente. Resumindo, isso assegura uma avaliação com qualidade e confiança. Quer saber mais sobre a eletroneuromiografia? Entre em contato com a nossa clínica.
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